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História Alternativa da Terra 01

PUMA PUNKU

Autor Gilberto Schoereder
27/05/2021

As ruínas de Puma Punku, sítio arqueológico próximo de Tiahuanaco, estão entre as mais interessantes e misteriosas da América do Sul.


Para os arqueólogos, Puma Punku é uma extensão de Tiahuanaco, mas esse ponto de vista não é compartilhado pela maioria dos pesquisadores alternativos. Para esses, Puma Punku talvez represente um enigma ainda mais complicado do que o de Tiahuanaco, entendendo que o que se vê no local é um tipo de arquitetura diferente.

Um portal ainda no chão (Foto: Luis Bartolomé Marcos/ Wikimedia).

Para os arqueólogos, então, o local servia para o corte e elaboração das peças que seriam utilizados em Tiahuanaco. Segundo as lendas, Puma Punku foi construída pelos deuses em apenas uma noite e, por razões que só dizem respeito aos deuses, também resolveram destruí-la, e o fizeram simplesmente levantando os blocos de pedra no ar e virando-os de cabeça para baixo. Os que visitaram o local afirmam que a impressão é exatamente essa, como se uma mão gigantesca ou força descomunal tivesse virado as construções ao contrário. Dessa forma, é comum ver-se rochas com forma de escada, mas ao contrário. Quando as viu pela primeira vez, Erich von Däniken disse que parecia que todo o lugar tinha sido virado de cabeça para baixo. Escadarias gigantescas ao contrário, como num quadro de Escher, construções cuja finalidade ninguém conhece, mas colocadas inteiras viradas para baixo.
O naturalista francês Alcide d’Orbigny, que estudou Tiahuanaco e Puma Punku por volta de 1833, relatou a existência de portões imensos erguidos sobre plataformas de lajes, uma delas chegando a atingir 40 metros de comprimento, e que hoje já não podem ser vistas em pé. Como ocorreu em Tiahuanaco, diz-se que Puma Punku também foi utilizada como pedreira para a construção de cidades e igrejas na região, com grande parte das imensas pedras tendo sido demolidas de uma forma ou de outra.

Vista das ruínas de Puma Punku (Foto: Brattarb/ Wikimedia).

Também haveria uma pirâmide no local e seu piso ainda pode ser percebido. Segundo os pesquisadores, ali encontram-se as maiores pedras já vistas em construções na América do Sul, as mais pesadas chegando a cerca de 400 toneladas. O sistema de junção dos blocos já foi considerado único na América do Sul, com a utilização de aberturas em forma de I maiúsculo, nos quais teriam sido colocados cobre ou chumbo derretido para agir como grampos unindo e prendendo as pedras. Nas ruínas também foram encontrados três pórticos, comparados à Porta do Sol, assim como um trono gigantesco talhado em um único pedaço de rocha e várias outras construções.
Segundo os arqueólogos que pesquisam na região, Puma Punku é o que restou de um prédio construído em quatro partes, e que caiu devido a um motivo desconhecido, talvez um terremoto. Os pesquisadores dizem que a pedreira de onde os blocos saíram encontra-se a cerca de 16 quilômetros. Os arqueólogos também entendem que possivelmente a estrutura geral de Puma Punku é a de uma plataforma semelhante à encontrada em Akapana, também em Tiahuanaco, uma vez que a orientação e a arquitetura de ambas sugerem terem sido utilizadas para fins cerimoniais. Ambas estão orientadas de frente para o Sol, um indicativo do culto solar que predominava na mitologia dos Andes. As duas estruturas também possuem escadarias gêmeas em seus lados leste e oeste.

Pedras talhadas em Puma Punku, espalhadas pela região (Foto: Benjamin Burga/ licença Creative Commons Attribution-Share Alike 4.0 International/ Wikimedia).

Por outro lado, pesquisadores alternativos sugerem que Puma Punku não tem relação direta com Tiahuanaco, e muito do que se vê no local não pode ser compreendido, ao contrário do que se vê em Tiahuanaco. Algumas construções se assemelham a complicadas caixas de pedra, repletas de reentrâncias e ranhuras sem finalidade visível. E, como em praticamente todas as construções da América do Sul, as pedras foram cortadas com incrível precisão, fornecendo encaixes perfeitos entre as partes.
Esses investigadores afirmam que o que se vê em Puma Punku é apenas mais uma prova de que uma civilização extremamente desenvolvida existiu na região, e não eram os aimarás ou os incas, mas uma cultura muito anterior. Também entendem que essa civilização necessariamente deve ter se desenvolvido algum tipo de escrita, uma vez que seria quase impossível realizar uma obra que exige tantos cálculos matemáticos e geométricos, e um planejamento tão detalhado, sem utilizar-se da escrita.
E, como ocorre em outros locais onde se erguem construções monumentais, levantam igualmente a questão das técnicas empregadas para o corte e modelagem dos blocos de pedra. Considerando a versão oficial da história e da arqueologia, as populações locais não teriam conhecimento de materiais capazes de realizar os cortes necessários nas rochas; estamos falando de frisos, ranhuras, entalhes e encaixes que chegam a ter 2,5 milímetros.

                Um bloco de pedra cortado com precisão (Foto: Mattcorbitt/ Wikipedia).

Quando iniciou suas pesquisas na América do Sul, Erich von Däniken notou uma semelhança entre as construções encontradas em Puma Punku e outras peças encontradas no Peru, mais exatamente, próximo ao sítio arqueológico de Sacsayhuamán, uma formidável fortaleza próxima a Cuzco e construída pelos incas. Ela é tão famosa e visitada quanto Machu Picchu e, por si só, já é uma formidável obra de engenharia, com pedras justapostas.
No entanto, Däniken referiu-se a uma obra que existe em algum ponto acima do forte, e que geralmente as pessoas não visitam, e que é pouco comentado. O pesquisador apresentou fotos do local em seus livros, mas é difícil encontrar referência a essas construções.
O local não dá exatamente a impressão de ruínas, mas de alguma construção de proporções imensas que não foi finalizada, com características mais próximas às das construções de Tiahuanaco e Puma Punku do que das obras dos incas. E, como ocorre em Puma Punku, as construções dão a impressão de terem sido viradas de cabeça para baixo ou então construídas ao contrário. No entanto, diferentemente de Puma Punku, tudo parece ter sido talhado em um único bloco de rocha, sem os grampos que se supõe fossem utilizados nas construções do Titicaca. Escadas talhadas na rocha, sem qualquer tipo de junção, saem do teto para lugar algum, como um uma obra surrealista; parede inclinam-se formando passagens, tudo sem qualquer sentido que possa ser imediatamente compreendido, como se tivesse sido construídas ao acaso, ou totalmente reviradas, caso isso fosse possível. Os especialistas nas civilizações da região pouco falaram a respeito dessas construções, e não se tem ideia de qual teria sido sua função.
Nas proximidades também podem ser encontradas várias formações rochosas que, aparentemente, são naturais, mas que dão a nítida impressão de terem sido trabalhadas por mãos humanas. Alguns pesquisadores alternativos falam sobre um relato de Garcilaso de la Vega, no qual é dito que a grande rocha que ali se encontra teria sido levantada por 20 mil trabalhadores, para ser levada para Sacsayhuamán, mas que desabou, atingindo 3 mil pessoas. Por outro lado, arqueólogos já disseram que ela jamais teria sido destinada a Sacsayhuamán e que sempre esteve onde se encontra hoje.
É difícil descobrir qual a finalidade de escadas invertidas que saem do teto e dirigem-se para o chão, ou das rochas imensas talhadas com frisos de apenas alguns centímetros de espessura, como em Puma Punku, dando a impressão de serem locais de encaixe.
Seja como for, para a história alternativa fica bem evidente que existem no local obras de duas culturas diferentes. Uma, a inca, com seu período mais ou menos definido. Outra, ainda desconhecida, mais antiga e com um tipo de arquitetura e engenharia mais evoluída do que a inca.

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